segunda-feira, 24 de outubro de 2011



Vacinação e desparasitação dos Gatos



Ao contrário do que acontece nos cães, os gatos são muitas vezes vistos como animais que não necessitam de vacinas por andarem dentro de casa. Mas os vírus não andam só na rua e podem
ser trazidos para dentro de casa pelo dono. Ou, como acontece muito no campo ou
em meios mais pequenos, em que os gatos andam quase só na rua, as pessoas acham
que não precisam de vacinas nem desparasitação. Isto é uma ideia que está completamente errada.
Existem várias doenças que podem ser fatais para os gatos, mas felizmente a maior parte delas pode ser prevenida pela vacinação. A vacinação dos gatos deve ser iniciada às 8 semanas, mas cabe ao veterinário elaborar um plano de vacinação adequado ao animal. As doenças virais contra as quais o seu gato pode ser protegido são: a Coriza, a Panleucopénia, a Raiva e a Leucemia Felina (FeLV). A FeLV deve ser despistada antes da administração da vacina.
Para os gatos que frequentam a rua ou que estejam em contacto com gatos que possam andar na rua, pode e deve ser feita a vacina para a leucemia felina. A leucemia felina é uma doença fatal que é apenas transmitida por contacto com outros gatos, principalmente quando andam em lutas.

Coriza: Calicivirus felina, Rinotraquíte felina
A Coriza, mais conhecida como a gripe dos gatos, é uma infecção no aparelho respiratório. Entre os agentes causadores desta doença encontramos o Calicivirus felino e o Rinotraquíte felino. Os sintomas de uma coriza nos gatos são semelhantes aos de um humano engripado: os gatos infectados apresentam febre e corrimento ocular e nasal. Falta de apetite e apatia são também comuns. O vírus transmite-se através da saliva ou lágrimas, espirros ou tosse ou através da partilha de recipientes de água e comida entre gatos. As doenças do foro respiratório podem ser relativamente fáceis de tratar, sendo a Rinotraquite felina a mais complicada de todas. Se não tratadas podem dar origem a uma pneumonia ou até cegueira.

Panleucopenia – Gastroenterite
O Tifo felino é uma doença viral, muito parecido com a parvovirose canina, também apelidado de Laringoenterite contagiosa ou Agranulocitose infecciosa. É especialmente preocupante em gatos
com menos de um ano, nos quais a doença é frequente. O vírus é altamente resistente e é transmitido via aérea ou contacto directo com fezes de um animal infectado. Os sintomas mais frequentes são perda de apetite, diarreia, corrimento, letargia, vómitos, febre, entre outros. O animal pode ficar desidratado e se não for tratada pode levar à morte. Se acompanhada pelo veterinário desde cedo, a infecção pode ser curada com recurso a medicamentos.

Leucemia (FeLV)
A leucose felina é provocada por um vírus e é a doença mais mortal nos gatos. Este vírus provoca tumores malignos e/ou enfraquece o sistema imunitário dos gatos. Os animais infectados podem não evidenciar sintomas durante dois anos, o que quer dizer que os gatos com FeLV podem aparentar ser saudáveis durante muito tempo e contaminar nesse período gatos sãos. A manifestação desta doença inclui febre, letargia e falta de apetite. O vírus está presente nas secreções dos animais - saliva, lágrimas, urina e fezes - e é transmitido por contacto directo. A única forma de prevenção é a vacina e não existem formas de tratamento. A maioria dos gatos resiste apenas durante dois a três anos depois de ter sido infectado. Antes de dar a vacina ao gato, o veterinário deve testar se o animal não está infectado com esta doença, caso esteja, já não toma a vacina.


Existe uma outra doença para a qual ainda não há vacina. A FIVSida dos gatos, o vírus da Imunodeficiência Felina (FIV) é uma das doenças mais mortais nos gatos. Afecta exclusivamente os felinos, ou seja não é transmitida aos humanos ou outros animais de estimação, mas actua de forma idêntica à estirpe humana, o HIV. A forma mais comum de transmissão do vírus é através de dentadas, em que a saliva entra em contacto com o sangue. As mães infectadas podem transmitir a doença aos filhos, mas a transmissão depende da carga viral da mãe durante a gravidez. O FIV desenvolve-se por fases e durante grande parte do tempo, o gato não manifesta sintomas de qualquer infecção. Numa primeira fase, o gato pode manifestar febre sem razão aparente, mas pode também não evidenciar qualquer sintoma. Numa segunda fase, o número de
linfócitos começa a diminuir, mas o gato permanece assintomático. Os gatos aparentam assim estar saudáveis. Nestes estados, podem contudo transmitir a doença a outros felinos. A terceira fase está associada ao aparecimento dos primeiros sintomas, em que o gato pode perder peso e alterar o seu padrão de comportamentos. Geralmente a primeira fase manifesta-se alguns meses após a infecção e dura sensivelmente dois meses. As outras fases podem durar meses ou anos. Na quarta fase os sintomas começam então a manifestar-se de forma mais recorrente. Com a destruição das células de defesa, os gatos ficam vulneráveis perante os vírus, incluindo os mais fracos, tais como os responsáveis por uma simples constipação. Os sintomas do FIV começam então a manifestar-se através da ocorrência frequente de infecções, algumas até pouco usuais, que em estado saudável seriam facilmente combatidas pelo gato: gengivites, estomatites, otites, infecções respiratórias, etc.


Prevenção
Como a FIV está associada a lutas entre gatos, onde são trocadas dentadas e abertas feridas, a castração do animal reduz o risco de contágio porque atenua a vontade de os gatos irem ter com fêmeas em cio e por isso o gato terá menos vontade de ir ao exterior.

É portanto importante pensar em testar e proteger o seu animal de companhia, o mais cedo possível, desde a sua idade mais jovem.


Desparasitação interna e externa
Os animais mais jovens devem ser desparasitados a partir das seis semanas de vida, de 15 em 15
dias, até aos três meses: alguns já nascem com parasitas (transmitidos pela mãe) e outros adquirem-nos através do leite materno. Tal como os cães, eles podem ter dois tipos de parasitas intestinais, nemátodos (lombrigas) e céstodos (ténias).
A desparasitação de um gato adulto deverá ser de de 3 em 3 meses, preferencialmente.
A saúde do animal passa também por prevenir as infestaçõescom pulgas, carraças e outros parasitas externos. As coleiras insecticidas, soluções para unção, sprays, pós e pipetas para aplicar na pele (spot-on) são algumas das alternativas disponíveis para cães e gatos, oferecendo protecção por períodos variáveis consoante o produto.

PROTEGER TODA A FAMÍLIA

Desparasitar os animais é o primeiro passo para os proteger e, com eles, toda a família. Mas há outros cuidados necessários para prevenir uma infestação em casa ou uma zoonose:

- leve o animal ao veterinário com
regularidade, cumprindo os esquemas de desparasitação e vacinação;
- alimente o animal apenas com
alimentos cozinhados ou com alimentação específica – nunca dar carne crua;
- limpe com frequência o espaço
reservado ao animal, no caso dos gatos, mude diariamente o caixote de areia;
- minimize a exposição de
crianças, grávidas, idosos e imunodeprimidos a ambientes potencialmente
contaminados por fezes de animais;
- lave as mãos após contactar com
o animal;
- use luvas na limpeza do seu
habitat;
- mantenha uma boa higiene
pessoal, do animal e da casa




quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Otites



Otites

Quando se diagnostica uma otite significa que o seu animal apresenta uma inflamação do ouvido, que pode ser unilateral (só de um) ou bilateral (dos 2 ouvidos).
  • Como hei-de saber se o meu animal tem uma otite?

Aqui ficam alguns sinais aos quais deverá ficar atento:

  1. Coça ou esfrega o ouvido no chão
  2. Abana a cabeça ou pende-a para um dos lados
  3. Chora ou tenta morder quando tentamos acariciá-lo perto da orelha
  4. Presença de um cheiro desagradável nos ouvidos
  5. Excesso de cera

As otites mais profundas, denominadas otites internas, podem afectar o equilibrio do animal que começa a andar com a cabeça pendente para o lado do ouvido afectado.

Tipos de otites:

  • Infecciosa: causada por bactérias e, geralmente acompanhada de pús. Por vezes é de dificil tratamento, tornando-se necessária a realização de exames laboratoriais para identificar o agente responsável e determinar o antibiótico de eleição. Se estas otites forem mal curadas têem grande probabilidade de recidivar ou seja aparecer de novo, desenvolvendo quadros crónicos.
  • Parasitária: causada por ácaros. Muito comum em gatos e cachorros. Presença de cerúmen muito escuro. Confirma-se por observação dos ácaros ao microscópio.
  • Fúngica: causada por fungos.

Animais com maior predisposição para sofrerem otites:

  1. Raças que tenham orelhas longas e caídas. Não permitem circulação do ar, criando um ambiente favorável ao desenvolvimento de microorganismos.
  2. Raças que tenham muitos pêlos no canal auditivo. Os pêlos formam um tampão e impedem a entrada e saída de cera.
  3. Animais que tomem muitos banhos. A humidade sempre presente nos ouvidos é um excelente meio de desenvolvimento bacteriano e fúngico.
  4. Raças mais afectadas: caniches, cocker spaniel, cocker americano, labrador, epagneul breton, etc....

Como prevenir o aparecimento de otites:

  1. Redução do número de banhos ( 1 por mês no máximo), sempre com o cuidado de não colocar água para dentro dos ouvidos.
  2. Limpeza dos ouvidos com frequência ( 1 vez por semana) com produtos específicos para o efeito (sempre com o conselho do seu Médico Veterinário).
  3. Retirar o excesso de pêlos da entrada do ouvido, com os dedos, fazendo uma espécie de pinça, nunca use outros objectos, com o risco de poder provocar lesões internas.

Não pratique a automedicação. existem vários produtos no mercado, cada um diferente e com uma acção específica para a otite em questão.

Só o seu Médico Veterinário poderá aconselhar o mais adequado para cada caso. Por vezes o uso abusivo de fármacos leva ao agravamento de otites que deveriam ter sido tratadas logo no incio com o produto certo.