quarta-feira, 14 de março de 2012


Automedicação do animal de estimação







Dor de cabeça? Tomamos uma aspirina. Azia depois de uma boa refeição? Tomamos um antiácido. Dor de garganta, se calhar é melhor 2 ou 3 dias de antibiótico e antiflamatório.... este é o pensamento do ser humano e como tal, não pensam 2 vezes quando se sentem mal, e lá vão à farmácia para aliviar os sintomas. Esse comportamento que pode ser perigoso para o ser humano, pode ser igualmente perigoso e mortal quando aplicado nos nossos animais.
Muitos Veterinários indicam medicamentos que são de humanos, comprados em qualquer farmácia, mas isso não significa que podemos dar aos animais qualquer remédio que funcione com o nosso corpo. Quando a doença é similar, o medicamento pode ser parecido ou até o mesmo, mas as doses são sempre diferentes. As doses veterinárias são determinadas consoante o peso do animal. Por essa razão é muito fácil provocar uma situação de intoxicação, quando se faz automedicação mal calculada.
Esta é uma grande causa de urgências nas clinicas veterinárias. Muitas pessoas em vez de contactarem o Médico Veterinário, fazem pesquisas na internet da forma como tratar e auto-medicar os animais, e muitas vezes quando recorrem finalmente a alguém, podem já não ir a tempo.
Por várias razões, tais como dificuldades económicas, falta de tempo, não desejar ter gastos com um animal, levam a pôr em risco a vida do seu animal.

O ácido acetilsalicilico ( ex : aspirina), ao ser administrado a cães e gatos, deverá ser utilizado com discrição e sempre aconselhado pelo Médico Veterinário. Pense que 500mg de um medicamento, estudado para um ser humano adulto de 60 ou 70 kg, não será de todo o mais indicado para um gato de 5kg ou um cão de 15kg. O mesmo acontece com o ibuprofeno, que é uma excelente maneira de arranjar uma úlcera gástrica.
Mais grave e mais comum, é o caso do paracetamol (ex: benuron) nos gatos, que é extremamente tóxico e pode ser mortal. A maioria das pessoas pensa que se dá para as crianças, dá para o animal, desengane-se, pois não é bem assim, até mesmo as apresentações pediátricas são excessivas para um gato.

O recurso a anti-histaminicos é indicado pelos profissionais nos casos de reacções alérgicas, como acontece por vezes em picadas de insectos, e é sempre bom ter em casa, mas só use o que foi prescrito pelo seu Médico Veterinário e nas doses por ele indicadas. E em casos mais graves, em que haja ameaça da capacidade respiratória do animal, é uma situação urgente que precisa de ser vista pelo Veterinário.

Os antibióticos são outra situação grave. Se não for correctamente usado, contribui para o fortalecimento das estirpes, que é suposto eliminarem, e contribuem para camuflar os sintomas impedindo o diagnóstico correcto do que se passa com o animal.

Para evitar fazer mais mal que bem, deve: 
  1. Telefonar ao seu Médico Veterinário, que lhe dirá o que fazer, e se for o caso, o que dar e quais as doses correctas.
  2. Não ouvir conselhos de amigos que acham que o seu animal teve uma coisa parecida e que lhe deram certo medicamento, cada caso é um caso, e o que serve para um não quer dizer que sirva para outro.
  3. Saber que os medicamentos podem fazer mal aos animais, e mantê-los afastados deles.
  4. Não usar a internet ou outros meios de informação como fonte.

0 comentários: